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domingo, 26 de setembro de 2010

DICIONÁRIO GEOLÓGICO


CONTINUAÇÃO




D



dacito - rocha magmática expressiva equivalente ao granodiorito. Contém plagioclásio, quartzo, ortoclásio ou sanidina, e em menor quantidade, piroxênio, anfibólio ou biotita.

Danúbio - Estádio glacial pleistocênico dos Alpes (Europa) anterior à glaciação Günz e subseqüente à Biber. O nome provém da região de Danúbio, onde foi caracterizada. A sua duração estimada, segundo Lincol et al. (1982), seria de cerca de 260.000 anos.

datação por radiocarbono - Determinação de idade de materiais que contém carbonO(concha, madeira, carvão, etc) pela medida da proporção de radiocarbono (14C). O método tem comumente um alcance máximo de cerca de 30.000 anos e, portanto, permite datar somente os últimos eventos do Quaternário, sendo empregado em pesquisas arqueológicas e de geologia do Quaternário Recente. A idade ao radiocarbono é referida ao ano de 1950, sendo representada do seguinte modo: 6.000 ± 150 anos A.P. Alguns laboratórios dispõem de meios para concentração prévia do 14C, o que permite obter idades de cerca de 70.000 anos.

datação radiométrica - Determinação de idade de amostras geológicas, em número de anos por um dos vários métodos baseados na velocidade de desintegração de elementos químicos radioativos contidos nesses materiais.

DBO - demanda bioquímica de oxigênio.

decantação - mesmo que sedimentação.

declive - inclinação de terreno formando ladeira ou descida. Sin.: vertente.

declividade - qualidade do terreno em termos de inclinações das vertentes.

décollement (F) - diz-se do fenômeno de descolamento de corpos rochosos ou da superfície de baixo ângulo sobre a qual deslizam pacotes de rochas normalmente submetidos a estilos de deformação distintos das rochas subjacentes. O termo foi inicialmente aplicado à
tectônica compressional, para situações de empurrão, cavalgamento ou nappes, mas também há referência de seu uso em zonas distensionais, como sinônimo de termo inglês detachment. (1).

decomposição - tipo de intemperismo causado por agentes químicos. Sin.: intemperismo químico.
decomposição esferoidal formação de cascas ou escamas concêntricas, por atuação do intemperismo, podendo ou não restar porções de rocha não alterada no centro. Feição de alteração comum em rochas basálticas, constituindo os blocos denominados popularmente por
"pedra capote".

deflação - processo de remoção e transporte de sedimentos finos através da ação do vento, resultando na formação de depressões em regiões desérticas. Vide erosão eólica.

deflexão - mudança abrupta na direção de uma determinada feição geológica, em geral obedecendo a um condicionamento (herança) tectônico. (1). I: Deflection.

deflexão compressional - em zonas transcorrentes, corresponde ao encurvamento no traço do plano de falha que dificulta o movimento entre os blocos, criando situação local de transpressão, com encurtamento e soerguimento crustais associados. Sin.: Deflexão convergente, deflexão restritiva. (1). I: Restraining Bend, Convergent Bend.

deflexão distensional - em zonas transcorrentes, corresponde ao encurvamento no traço do plano de falha que favorece o movimento dos blocos adjacentes, dando origem a sítios de transtensão e. eventualmente, a grábens rômbicos. Sin.: Deflexão divergente. (1). I:
Releasing Bend, Divergent Bend.

deformação - a) termo genérico para os processos de dobramento, falhamento, cisalhamento, contração ou dilatação das rochas, como resultado da atuação de esforços na Terra; b) mudança na forma e no volume de um corpo como resultado de um esforço atuante sobre o mesmo. (1). I: Deformation,Strain.

deformação de rocha - qualquer modificação na forma ou volume original de maciços rochosos produzido por esforços tectônicos, onde dobramentos, falhamentos e fluxos plásticos são meios comuns de deformação.

deformação elástica - deformação proporcional à tensão e reversível. O corpo readquire sua conformação original após a retirada dos esforços.

deformação plástica - deformação permanente não envolvendo ruptura.

degradação - Rebaixamento da superfície de um terreno por processos erosivos, especialmente pela remoção de materiais através da erosão e transporte por água corrente, em contraposição à agradação.

delaminação - fenômeno de desacoplamento entre a crosta e o manto superior ou entre a crosta superior e a inferior, característico de zonas de colisão de placas continentais. (1). I: Delamination.

delta - Depósito sedimentar aluvial formado por um curso fluvial desembocando em um corpo de água mais ou menos calmo (lago, laguna, mar, oceano ou outro rio), cuja porção subaérea apresenta-se em planta com formas triangular, lobada, digitada, etc.

delta de baía - Delta formado na foz de um rio que desemboca em uma baía ou vale afogado, preenchendo-o parcial ou totalmente com sedimentos. Sinônimo: delta de cabeceira de baía.

delta construtivo - Delta originado pela predominância de processos fluviais sobre as atividades dinâmicas do meio receptor. Quando este meio é marinho, os processos dinâmicos costeiros estão ligados principalmente às marés e ondas. O delta atual do Rio Mississipi é um exemplo deste tipo de delta. Sinônimo: delta fluvial.

delta construtivo alongado - Delta formado por crescimento das barras de desembocadura, acompanhadas de diques marginais, resultando em um padrão também conhecido por pé-de-pássaro na sua porção emersa. Este tipo de delta é formado somente se houver predominância de processos fluviais sobre os marinhos, isto é são essencialmente construtivos. Exemplo: delta atual do Rio Mississipi.

delta construtivo lobado - Delta formado pelo crescimento mais moderado do que no tipo alongado de barras de desembocadura, acompanhadas ainda de diques marginais. Este tipo de delta também formado pela predominância de processos fluviais sobre os marinhos, porém com maior participação das ondas e correntes no afeiçoamento costeiro do que no tipo alongado.

delta destrutivo - Delta formado pela predominância de processos de dinâmica costeira (ondas e marés) sobre os processos fluviais. Então, neste caso, tem-se segundo Scott & Fisher (1969) os deltas dominados por ondas (ou deltas cuspidados) e os deltas dominados por marés (ou deltas franjados).

delta dominado por marés - Delta caracterizado por inúmeras barras de marés, que se dispõem longitudinalmente ao fluxo fluvial, sendo característico de costas dominadas por macromarés.

delta dominado por ondas - Delta de forma triangular originado preferencialmente em locais com forte atuação das ondas e correntes litorâneas. Os sedimentos são essencialmente arenosos e apresentam-se na forma de cristas de praiais . Exemplo: porção formada de 2500 anos até hoje em torno das desembocaduras fluviais dos rios Doce (ES) e Paraíba do Sul (RJ). outro exemplo é o delta do Rio Nilo.

delta escalonado - Uma série de deltas construída em um corpo aquoso, cujo nível esteve alternadamente estacionário e em abaixamento, neste caso, o delta do nível mais alto seria o mais antigo.

delta estuarino - Designação usada para depósitos deltaicos subaquosos e subaéreos acumulados no interior de um ambiente semi-confinado e protegido de um estuário. Segundo Wright (1982), seria possível distinguir duas variedades de deltas estuarinos: a primeira, preenchendo parcial ou totalmente estuários em forma de funil com saída aberta, e a Segunda em que a sedimentação ocorreria no interior de estuários rasos abrigados por detrás de barreiras arenosas.

delta fluvial - Veja delta construtivo.

delta intralagunar - Delta construtivo formado, no interior de uma laguna costeira. No Estado de Santa Catarina, o Rio Tubarão está construindo um delta intralagunar, que hoje em dia está parcialmente ocupada pela cidade de Tubarão. Os deltas intralagunares caracterizam também as fases de níveis marinhos mais altos do que o atual, durante o s últimos 6.000 a 7.000 anos, das planícies costeiras associadas às desembocaduras dos rios Doce (ES) e Paraíba do Sul (RJ), segundo Suguio et al. (1982) e Martin et al. (1984a), respectivamente.

Delta lacustre - Delta construtivo formado na desembocadura fluvial em um lago, de estrutura relativamente simples, descrito pela primeira vez por Gilbert (1890). Por esta razão, este delta é também conhecido como delta tipo Gilbert. Apresenta as camadas de topo com características essencialmente fluviais, as camadas frontais com características mistas (flúvio lacustres) e as camadas basais com características lacustres. Deltas deste tipo são freqüentes em áreas de glaciações quaternárias, como no Canadá.

delta negativo - Feição deltaica que por circunstâncias locais tais como contracorrentes, desenvolve-se aparentemente em sentido contrário ao normal.

delta oceânico- Feição deltaica que se desenvolve em regiões litorâneas de oceanos, isto é, em volta de desembocaduras de rios que despejam as suas águas diretamente nos oceanos.

deltas de marés - Deltas formados no lado do oceano aberto e no interior de laguna, de um braço de maré, que corta uma ilha barreira ou barra de boca de baía ou por correntes de maré, que transportam areias para dentro durante a maré enchente e para fora durante a maré vazante de uma laguna.

densidade dos grãos - relação entre o peso de um certo volume de grãos de um solo, e o peso de igual volume de água destilada, nas mesmas condições de temperatura.

denudação - no sentido lato inclui todos os fenômenos de intemperismo e erosão. Conjunto de processos responsáveis pelo rebaixamento sistemático da superfície da terra pelos agentes naturais de erosão e pelo intemperismo. É um termo mais amplo do que erosão,
embora este seja usado como sinônimo daquele. É também usado como sinônimo de degradação, embora alguns autores atribuam à denudação o processo, e à degradação o resultado deste processo.

depocentro - a) sítio de máxima subsidência e/ou sedimentação em uma bacia sedimentar; b) diz-se da porção mais espessa de uma seqüência estratigráfica específica em uma bacia sedimentar. (1). I: Depocenter.

deposição de sedimentos - processo de acumulação ou concentração de partículas sólidas através de meio aquoso ou aéreo. Ocorre quando a força do agente transportador natural -

água ou vento - é sobrepujada pela força da gravidade; ou por supersaturação de partículas nas águas ou no ar; ou por atividade de organismos.

depósito deltáico - depósito aluvionar encontrado na desembocadura de um rio.

depósito eólico - sedimento de origem eólica, normalmente caracterizado por boa seleção granulométrica, pronunciado arredondamento dos grãos, estratificação diagonal cruzada (freqüente em material arenoso mas ausente em material fino) (2). I: Eolic deposit.

depósito hipotermal - depósito hidrotermal de minerais formados a grandes profundidades, sob altas condições de pressão e temperatura, por soluções quentes ascendentes derivadas de rochas ígneas em consolidação. Os depósitos hipotermais incluem veios e
substituições formados ao longo das fendas das rochas.

depósito de tálus - vide tálus.

depósito de várzea - sedimentos de granulação fina - silte e argila - formados pela deposição da carga suspensa de um rio durante os períodos de transbordamento, sobre a planície de inundação.

depósitos aluviais - Depósitos detríticos resultantes da sedimentação através de rios atuais, incluindo depósitos de canais, planícies de inundação, lagos e leques aluviais.

depósitos biogênicos - Sedimentos resultantes da atividade fisiológica de organismos, tais como algas e corais. Os sedimentos assim formados são chamados de biolititos e são caracterizados por exibirem um arcabouço orgânico. Exemplos: recifes de corais e algas.

depósitos clásticos - Depósitos sedimentares formados por fragmentos minerais derivados de rochas ígneas, sedimentares ou metamórficas preexistentes. Sinônimo: sedimentos clásticos.

depósitos flúvio-marinhos - Depósitos sedimentares originados pela ação combinada de processos fluviais e marinhos (litorâneos). Em geral, são encontrados em planícies costeiras e em deltas marinhos. Sinônimo: sedimentos flúvio marinhos.

depósitos halogênicos - Depósitos sedimentares formados predominantemente por compostos químicos a base de elementos do grupo VIIb da tabela periódica (F, Cl, B, I)

depósitos hemipelágicos - Sedimentos que recobrem a superfície de fundo do talude continental ou de regiões próximas ao continente. Contém proporção importante de sedimentos terrígenos depositados a altas taxas e comumente envolvem processos de redeposição através de correntes de turbidez ou geostróficas. Dessa maneira, esses depósitos ocupam a posição intermediária entre os depósitos marinhos de plataforma continental (neríticos) e os depósitos pelágicos ou eupelágicos. Sinônimo: sedimentos hemipelágicos.

depósitos lacustres - Depósitos sedimentares acumulados no fundo de um lago, em geral mais finos do que de canal fluvial. A fauna e a flora associadas são em geral de água doce, refletindo as características do ambiente. Sinônimo: sedimentos lacustres.

depósitos lagunares - Sedimentos em geral mais finos (síltico-argilosos) do que os de mar aberto, mais ou menos ricos em matéria orgânica. A fauna e a flora associadas são em geral, eurihalinas e euritermais, sendo mais ou menos típicas deste ambiente. Fragmentos de conchas de moluscos, predominantemente de ostras, podem constituir parcela importante desses sedimentos. Taxas variáveis de sedimentação, associadas à ação de ondas, produzem laminações nos sedimentos, mas elas são em geral destruídas pela bioturbação por organismos perfuradores.

depósitos litorâneos - Sedimentos ligados à deriva litorânea, situados entre os níveis de preamar e baixa-mar. Em zonas litorâneas abertas são relativamente comuns os sedimentos arenosos e cascalhos, enquanto que em zonas litorâneas protegidas predominam depósitos arenosos finos e síltico-argilosos. Depósitos litorâneos pleistocênicos, correspondestes a níveis marinhos mais baixos do que o atual, são abundantes sobre a plataforma continental.

depósitos marinhos - Materiais compostos, em geral, de minerais resultantes do acúmulo pela ação marinha, em regiões litorâneas ou de mares profundos. Freqüentemente esses depósitos aparecem acima do nível atual dos mares em virtude de flutuações de níveis relativos das áreas continentais e oceânicas.

depósitos paludiais - Depósitos de pântanos de água doce ou salobra, que são comuns em regiões de topografia baixa e irregular ao longo de zonas litorâneas ou nas margens de rios e lagos. Esses depósitos são compostos predominantemente de lamas rcas em matéria orgânica, contendo óxidos de ferro e carbonatos e localmente areia e marga, passando lateralmente para depósitos marinhos ou lacustres.

depósitos pelágicos - Sedimentos de costa afora depositados em fundos submarinos profundos, caracterizados por baixa taxa de sedimentação (cerca de 1 mm/1000 anos). Esta taxa de sedimentação faz com que os sedimentos depositados fiquem sujeitos à oxidação, dissolução e bioturbação por organismos bentônicos. Esses sedimentos são também chamados de eupelágicos e compreendem as lamas vermelhas e as vasas orgânicas (radiolários, diatomáceas, pterópodes e Globigrina)

depósitos de placer - Concentração mecânica superficial de partículas minerais provenientes de detritos de intemperismo. Embora os depósitos de placer fluviais sejam os mais freqüentes, os agentes de concentração podem ser também marinhos, eólicos, glaciais, etc. Nas planícies litorâneas da costa oriental do Brasil, desde o norte do Rio de Janeiro até a Bahia, ocorrem depósitos de placer praiais de areia monazítica e ilmenítica, formados por retrabalhamento marinho de sedimentos continentais da Formação Barreiras.

depósitos químicos - Sedimentos formados por precipitação química de sais dissolvidos em água, seja por evaporação, pela variação das condições físico-químicas ou pelo efeito de atividades biológicas.

depósitos salinos - Veja evaporitos

depressão - Depressão rasa, em geral pantanosa, como a encontrada em cristas praiais.

deriva - processo geotectônico de afastamento gradual de massas continentais, correspondente à fase evolutiva de uma bacia oceânica que sucede aos estágios iniciais de rifteamento crustal. I: drift. Obs.: Encontra-se, em uso corriqueiro, na literatura brasileira, o termo drifte (1).

deriva continental - Teoria proposta por Wegener (1924), segundo a qual os continentes já estiveram unidos em massas continentais bem maiores e teriam sofrido fragmentação, sendo afastados com o tempo, de modo que as suas formas e posições modificaram-se até atingirem as situações atuais.

deriva litorânea - (1) Movimentação de areias, cascalhos e outros materiais componentes das barras e praias ao longo da costa. (2) Material movimentado na zona litorânea, principalmente por ação de ondas e correntes.

derrame - extravasamento de lava, isto é, de material líquido magmático. Também utilizado para lavas solidificadas, como por exemplo, os extensos derrames basálticos da Formação Serra Geral da Bacia do Paraná, na porção meridional do Brasil.


desabamento - são formas de subsidência bruscas, envolvendo colapso na superfície, provocadas pela ruptura ou remoção total ou parcial do substrato. Envolvem áreas reduzidas, mas podem ter efeitos catastróficos em áreas povoadas. Sua principal origem é associada a trabalhos subterrâneos de mineração, podendo ocorrer, também, por dissolução de rochas e substâncias como calcários, dolomitos, gipsita, sal, etc.

desagregado, solo, rocha - separação em diferentes partes de um solo, ou de uma rocha, cuja origem pode ser devida ao trabalho dos agentes erosivos ou aos agentes endógenos.

descarga - quantidade de água que passa num certo ponto na unidade de tempo.
descarga de efluentes - quantidade de água residuária, ou de material sólido trazido em suspensão, nas águas de um rio, que passa num certo ponto na unidade de tempo.

descolamento - a) fenômeno pelo qual blocos crustais movimentam-se sobre superfícies lístricas de grande escala, geralmente para acomodar deformações originadas por esforços distensivos; b) diz-se do segmento de baixo ângulo da principal falha lístrica normal, para o qual convergem várias outras falhas secundárias contidas em seu domínio côncavo. (1). I: Detachment.

descontinuidade - estrutura geológica plana que interrompe a continuidade física das rochas, causando a sua compartimentação. Termo genérico que engloba todas as estruturas tais como: falhas, diáclases, fissuras, fraturas, etc.

descontinuidade de Mohorovicic, (Moho) abrupto limite sísmico que separa a base da crosta do manto superior, interpretado como reflexo de uma significativa mudança química e petrológica da matéria (1). I: Mohorovicic Discontinuity, Moho.

desembocadura - (1) Saída ou ponto de descarga de um curso fluvial em um outro, lago ou mar. (2) Abertura que permite a entrada ou saída em uma gruta, canhão submarino, etc.

desequilíbrio ambiental - fenômeno natural ou induzido que afeta o ecossistema de uma região, modificando a inter-relação entre os organismos vivos e seu ambiente. Traduz-se, principalmente, pela explosão populacional de determinada espécie - fauna ou flora , sobre as demais, ou pelo declínio e extinção das várias espécies que compõem o sistema ecológico local.

desertificação - processo de transformação de uma determinada região, com modificação de suas características naturais, em uma região árida, cuja vegetação é especialmente adaptada à solos estéreis.

deslizamento - movimento gravitacional, de massa rochosa ou intemperizada, resultante de ruptura basal, havendo boa definição de sua superfície de cisalhamento, onde o corpo deslocado mantém certa coesão e organização interna. O termo escorregamento tem
sido aplicado aos deslizamentos subaquosos em situações onde a massa sedimentar deforma-se, sobretudo na sua parte frontal, exibindo falhas inversas, dobras recumbentes, anticlinais e sinclinais assimétricos, cujos eixos orientam-se paralelamente ao
strike da declividade; a superfície basal de ruptura é curva, com a concavidade voltada para cima. (1). Designação genérica para os movimentos do manto de intemperismo ou rocha viva, nas encostas das montanhas. Pode dar-se de forma contínua e lenta,
por ação da gravidade e implicando todo o manto de intemperismo ou parte dele. O deslizamento é acelerado pela infiltração excessiva de água proveniente de chuvas torrenciais, ou água proveniente do degelo, ou por descalçamento da base de taludes
de forma natural (erosão) ou artificial (ação antrópica). Pode ser potencializado pela devastação da cobertura vegetal, pela abertura de estradas, pelo corte de barrancos e taludes, etc. A designação desmoronamento restringe-se ao caso em que o
deslocamento é mais rápido e brusco. I: Slide (deslizamento), Slump (escorregamento).

deslizamento subaéreo - Escorregamento subaéreo ao longo de encostas inclinadas, de diferentes tipos de materiais, compreendendo tanto os consolidados (maciços rochosos fraturados) quanto os inconsolidados (mantos de intemperismo, sedimentos recém-depositados, etc.). A estabilidade desses materiais ao longo de superfícies declivosas diminui na razão inversa dos seus teores de água. Desta maneira, períodos chuvosos prolongados tendem a aumentar a incidência deste fenômeno, freqüentemente com resultados catastróficos em áreas mais densamente povoados. Além disto, o processo pode ser desencadeado por atividades sísmicas ou por interferência antrópica inadequada.

dessalinização - Processo industrial de remoção do sal da água salgada ou salobra para posterior emprego doméstico ou industrial desta água.

detrítico - Veja clástico

diabásio - rocha ígnea intrusiva, hipoabissal, básica, de granulação média a fina, constituída essencialmente de feldspato cálcico e piroxênio. Pode conter olivina. Ocorre em forma de diques e sills.

diaclasamento colunar - tipo de diaclasamento em forma de colunas. Geralmente as juntas formam um desenho hexagonal mais ou menos bem definido. Característica de rocha basáltica, desenvol-vido por contração durante seu resfriamento.

diáclase - fratura numa rocha, ao longo da qual não é observado deslocamento. Junta de tração sem deslocamento diferencial entre blocos
de rocha. Sin.: junta.

diagênese - conjunto de processos superficiais e subsuperficiais, físicos e químicos, que atuam sobre os sedimentos, desde a sua deposição até a sua consolidação. Não se incluem na diagênese os processos de transformações das rochas conhecidos como
metamorfismo (fenômeno motivado por mudanças de temperatura e pressão, sob condições de profundidade), assim como as alterações superficiais (intemperismo).
diápiro - domo no qual as rochas sobrepostas foram rompidas pela injeção ou intrusão de material plástico ascendente que compõe seu núcleo. (1). I: Diapir.

diastrofismo - termo genérico para todos os movimentos da crosta produzidos por processos tectônicos originados em seus níveis mais profundos, ou no manto, envolvendo propagação de forças internas da Terra. (1). I: Diastrophism.

diatomito - rocha sedimentar silicosa de origem orgânica, formada pelo acúmulo de carapaças de alga diatomácea. Apresenta cerca de 50% de porosidade.

diatomácea - Alga unicelular microscópica que vive no meio aquático naturalmente iluminado, constituindo parte do plâncton ou presa a algum tipo de substrato. Possuem carapaça silicosa (opala) denominada de frústula. Representa um importante componente do plâncton, ao lado dos copépodes. Muitas espécies apresentam preferências em termos de profundidade e salinidade.

difração de ondas - Fenômeno de transmissão lateral de energia de uma onda, ao longo de sua crista. Este efeito manifesta-se quando há propagação de ondas em um setor restrito, ou quando um trem de ondas é interceptado por um obstáculo como, por exemplo, um quebra-mar.

dinâmica costeira - Os principais agentes naturais de dinâmica costeira são gerados por forças astronômicas, impulsivas, meteorológicas. As forças astronômicas são responsáveis pelas marés, que causam mudanças periódicas no nível do mar, e portanto modificam as larguras das faixas de praia nas quais atuam outros processos. As forças impulsivas são responsáveis pelos terremotos, deslizamentos subaéreos e erupções vulcânicas que podem provocar, por exemplo, tsunamis que podem ocasionar mudanças catastróficas na zona costeira. As ondas são os principais agentes ligados as forças meteorológicas que, por sua vez, podem ser refratadas, difratadas ou refletidas ou mesmo absorvidas durante a sua propagação na zona costeira. Por outro lado, o homem é hoje em dia um agente muito importante de dinâmica costeira. No Japão, por exemplo, mais de 25% da linha costeira são providos de algum tipo de estrutura artificial construída pelo homem, tais como, diques, espigões, quebra-mares e portos.

dique - (1) Corpo tabular de rocha ígnea intrusiva em discordância à estrutura da rocha encaixante. (2) Corpo tabular de rocha sedimentar, introduzida por preenchimento ou por injeção, em discordância à estrutura da rocha encaixante. (3) Paredão construído ao redor de uma área baixa para prevenir inundações. O sistema de diques mais extenso do mundo é o existente na Holanda.

distal - Porção mais afastada da fonte de suprimento em depósitos, por exemplo, de correntes de turbidez (ou de turbiditos), onde predominam sedimentos de granulação mais fina e laminados, em contraposição à proximal, mais junto da fonte, caracterizada por granulação mais grossa e estrutura maciça ou com granodecrescência ascendente.
distributário - Ramificação divergente de um rio junto à foz, como a encontrada caracteristicamente em áreas deltáicas, em contraposição ao tributário (afluente). Também chamado braço de rio.

diferenciação magmática - processo pelo qual um magma originalmente homogêneo se separa em partes distintas, que podem formar corpos de rocha isolados ou permanecer dentro dos limites de uma massa única (2).

diorito - rocha plutônica, granular, praticamente sem quartzo, com plagioclásio intermediário e minerais ferromagnesianos, em especial hornblenda.

disconformidade - uma superfície de erosão ou de não deposição durante um determinado tempo geológico, que separa rochas mais antigas de rochas mais jovens. Quebra na continuidade de deposição, quando uma formação rochosa é recoberta por outra de idade
geológica mais recente, que não é conseqüente na sucessão geológica. Sin.: Discordância paralela.

discordância - ausência de paralelismo entre camadas adjacentes em uma estratificação. Quebra ou interrupção numa seqüência de camadas indicando hiato na sedimentação durante o qual pode ocorrer uma fase erosiva ou diastrófica seguida de erosão.

discordância angular - quando a seqüência superior forma angulo com as camadas inferiores provocado pela perturbação tectônica das rochas mais antigas anterior à deposição das camadas superiores (2).

discordante - termo usado para descrever um contato ígneo que corta o acamamento ou foliação das rochas adjacentes.

dissolução - ação físico-química deletéria que as águas naturais podem exercer sobre materiais por elas percolados. A destruição deve-se às propriedades de solubilidade destes materiais em água e da reatividade química dos mesmos com os íons transportados pela água.

distensão - sistema de esforços que tende a aumentar o comprimento ou o volume de um corpo. (1). I: Extension.

dobra - curvatura ou flexão produzida nas rochas por causas diversas como intrusão magmática, deslizamento, e principalmente tectônicas (2). É caracterizada por: eixo, plano axial e flanco e recebe diversas denominações de acordo com sua geometria,
dobra aberta, dobra assimétrica, dobra de arrasto, dobra deitada, dobra isoclinal, etc.

dobramento - deformação plástica da crosta sob a ação de forças tangenciais (2).
dogleg (I) - mudança angular abrupta na direção de um determinado elemento estrutural. (1).

dolina - cavidade natural em forma de funil, comunicada verticalmente a um sistema de drenagem subterrânea, em região de rochas calcárias. Distinguem-se dois tipos: 1) Dolina de dissolução, formada por água de infiltração, alargando fendas; 2) Dolina de
desmoronamento, formada por desmorona-mento do teto de uma caverna subterrânea. As dolinas atingem diâmetros de até 100 m, e profundidades de várias centenas de metros (2).

dolomitização - processo de substituição do carbonato de cálcio (calcita) de uma rocha, por carbonato de cálcio e magnésio (dolomita), sob efeito de percolação de águas magnesianas.

dolomito - rocha sedimentar constituída predominantemente de dolomita (carbonato de cálcio e magnésio).

domo - estrutura positiva na qual as camadas rochosas mergulham divergentemente em todas as direções. (1). I: Dome.

domo de areia - Minúscula estrutura dômica (milimétrica) que aparece na areia de praia, formada por espraiamento das águas aprisionando ar. A erosão dos domos de areia provoca o aparecimento da estrutura em anel.

domo salino - Estrutura resultante do movimento ascendente de massa salina, composta principalmente de halita (NaCl), com forma aproximadamente cilíndrica de diâmetro pequeno em relação à altura, que pode atingir desde várias centenas até alguns milhares de metros. Na costa do Golfo do México (Estados Unidos), os domos salinos propiciam acumulações importantes de hidrocarbonetos (petróleo e gás) e enxofre. Nas bacias marginais brasileiras, segundo Leyden (1976), os domos salinos formam a seqüência média atribuída ao Andar Alagoas (Cretáceo), ocorrendo desde a Bacia de Santos até Sergipe-Alagoas (Ponte & Asmus, 1976).

downlap (I) - termo utilizado em sismoestratigrafia, referindo-se ao limite inferior de uma seqüência deposicional, quando este configura-se em terminação sucessiva, mergulho abaixo, de estratos (refletores sísmicos), originalmente inclinados, sobre uma superfície
discordante, horizontal ou inclinada, de natureza deposicional ou erosional. (1).

draga - Equipamento utilizado para operações de dragagem.

dragagem - Método de amostragem, de exploração de recursos minerais, de aprofundamento de vias de navegação (rios, baías, estuários, etc) ou dragagem de zonas pantanosas, por escavação e remoção de materiais sólidos de fundos subaquosos. Naturalmente, cada tipo de operação de dragagem requer equipamentos adequados. A amostragem de material de fundo submarino é feita pelo arraste de caixa metálica de várias capacidades (volumes). Depósitos de cassiterita submarinos, em exploração desde 1907 na plataforma continental do SE da Tailândia, vem sendo trabalhados por dragagem em águas costeiras entre 20 e 30 m. de profundidade (Aleva, 1973).

drenagem - conjunto de processos ou métodos destinados a coletar, retirar e conduzir a água de percolação de um maciço, estrutura ou escavação.

drenagem superficial - conjunto de processos destinados ao esgotamento de águas superficiais. O mesmo que rede de drenagem.

dreno - elemento drenante. em sua concepção mais simples, constituído por furo capaz de coletar a água e conduzi-la para o local de esgotamento.

drusa - cavidade numa rocha coberta por pequenos cristais. (Sin.: Geodo).

dúctil - a) comportamento pelo qual uma rocha, sob determinadas condições, é capaz de incorporar uma deformação maior que 5% antes de fraturar ou falhar; b) diz-se dos corpos rochosos que fluem quando, em um período de tempo geológico, são submetidos a esforços. (1). I: Ductile.

ductibilidade - propriedade de um material sólido de se deformar plasticamente antes da ruptura.

duna - Colinas de areia acumuladas por atividade de ventos, mais ou menos recobertos por vegetação. As dunas podem ser classificados segundo as formas, orientação em relação ao vento, etc. em transversais, longitudinais, parabólicas, piramidais, etc. Elas ocorrem mais tipicamente nas porções mais centrais dos desertos, mas também podem ser encontradas em regiões litorâneas ou em margens fluviais. Campos de dunas costeiras importantes ocorrem nas regiões litorâneas do Maranhão, sul de Santa Catarina e norte de Salvador (BA), enquanto que dunas fluviais pretéritas tem sido mencionadas na margem esquerda do Rio São Francisco a montante de Petrolina (PE). Ondas arenosas são também conhecidas com dunas subaquosas.

duna de deflação - Termo aplicado a acumulações de areia derivadas de "bacias" de deflação, principalmente quando as acumulações apresentam grandes dimensões e erguem-se acima da cota da área fonte.

duna inativa - Duna mais ou menos estacionária, com cobertura vegetal estabelecida por melhoria climática ou por meio artificial. Nos campos de dunas litorâneas de Salvador (BA) e Laguna (SC), as faixas mais internas, isto é, mais distantes da praia atual são compostas de dunas inativas que, em geral, exibem cores amareladas ou alaranjadas.

dunito - rocha ígnea ultramáfica composta quase que exclusivamente de olivina.

duplex(I) - inicialmente definido como complexo estrutural formado sob regimes compressivos, envolvendo fatias rochosas limitadas na base e no topo por falhas de empurrão. São descritos igualmente em zonas distensionais e transcorrentes, neste último caso com a envoltória dos planos de falha verticalizada. (1).




E



eclogito - rocha catametamórfica, granoblástica, composta essencialmente de granada - especialmente piropo e piroxênio - onfacita.

ecobatímetro - Veja ecossonda.

ecograma - Gráfico que registra a configuração do fundo oceânico, medindo-se continuamente as profundidades de água ao longo de um perfil com um ecobatímetro.

ecologia - estudo da interrelação entre os organismos vivos e seu ambiente.

ecossistema - ou sistema ecológico é qualquer unidade que inclua todos os organismos em uma determinada área, interagindo com o ambiente físico, de tal forma que um afluxo de energia leve a uma estrutura trófica definida, diversidade biológica e reciclagem de materiais - troca de materiais entre os componentes vivos. É a unidade básica da ecologia.

ecossonda - Instrumento que determina a profundidade da água pelo tempo requerido para que um sinal sonoro viaje até o fundo e retorne. Este equipamento permite executar levantamentos batimétricos. desde águas costeiras até mais de 10.000 m.

ectinito - termo genérico que abrange as rochas metamórficas granitizadas sem acesso ou introdução de materiais feldspáticos, em oposição aos migmatitos, aos quais o material granítico foi introduzido durante o metamorfismo.

efeito Coriolis - Efeito produzido pela força de Coriolis, que faz com que partículas em movimento sobre a superfície da Terra apresentam uma tendência par serem desviados para a direita no Hemisfério Norte e para a esquerda no Hemisfério Sul. A magnitude deste efeito é proporcional à velocidade e a latitude das partículas em movimento.

efeito estufa - Fenômeno de aquecimento da superfície terrestre de grande comprimento de onda, que é absolvida e reemitida pelo gás carbônico e vapor de água na baixa atmosfera, eventualmente retornando à superfície. Embora ainda seja um assunto sujeito a controvérsias, alguns pesquisadores admitem que o efeito estufa poderia causar a fusão parcial das geleiras polares, ocasionando importante subida dos níveis oceânicos nos próximos decênios.

efluente - O termo efluente refere-se a águas fluviais ou de esgotos que são despejadas nas águas costeiras. Os esgotos podem ser domésticos ou industriais (química, mineração, etc.) e podem levar à poluição ambiental como acontece na região de Santos (SP).

efusão - derramamento de lava na superfície terrestre.

eixo de dobra - linha que separa a parte mais flexionada de uma dobra. Sin.: Charneira.

El Ninõ - Na costa ocidental da América do Sul encontra-se a Corrente de Humboldt, de águas frias. Às vezes esta corrente é invadida por águas quentes causando chuvas torrenciais e enchentes nas costas do Peru, que normalmente é uma das áreas mais secas do mundo. Este fenômeno, por ocorrer mais comumente na época do Natal, é conhecido por El Niño, afetando o clima em escala mundial como acontece em 1983.

elipsóide de deformação - configuração geométrica do estado deformado de uma figura originalmente esférica pertencente a um corpo submetido a um campo de tensões. (1). I: Strain Ellipsoid.

elipsóide de tensões - representação geométrica, através de três vetores mutuamente perpendiculares (s1, s2, s3), da direção das tensões em um determinado ponto. (1). I: Stress Ellipsoid.

eluviação - transporte do material dissolvido ou em suspensão através do solo pelo movimento da água quando a precipitação pluvial excede à evaporação.

eluvião - depósito detrítico ou simples capa de detritos, resultantes da desintegração da rocha matriz, permanecendo no local de formação. Sin.: solo residual (2).

embaiada - Apresentando reentrância na linha costeira formando uma baía muito aberta.

embaiamento - (1) Indentação da linha costeira formando uma baía aberta. (2) Formação de uma baía.

embasamento - complexo indiferenciado de quaisquer tipos de rochas que compõem o substrato de um determinado pacote rochoso de interesse em uma área (1). Termo empregado para designar rochas mais antigas, geralmente mais metamorfisadas e de estruturação
tectônica diferente, que servem de base a um complexo rochoso metamórfico ou sedimentar. Sin.: Embasamento cristalino. I: Basement.

emersão - Indica que uma área anteriormente inundada passou a condições subaéreas, fato que pode ocorrer tanto pela descida do nível do mar, como pelo levantamento do continente. Veja também regressão.

endêmico - Nome que se dá a organismos ou grupo de organismos restritos a uma região ou a um ambiente. Sinônimos: indígeno e nativo.

en échelon (F) - padrão de arranjo de elementos geológicos pelo qual eles distribuem-se paralelos uns aos outros, de forma escalonada, dispondo-se cada um obliqüamente em relação à faixa em que está inserido. Característico de regiões submetidas à atuação de
binários de cisalhamento (1).

enchente - fenômeno episódico de extravasamento das águas de um rio ou lago, em períodos de cheia, que pode atingir tanto a planície de inundação como as áreas de encosta marginais. Ocorrem por combinação dos fatores: aumento brusco do volume de água a ser
escoada; desmatamentos indiscriminados das margens e cabeceiras; erosão e assoreamento dos canais; ocupação desordenada da planície de inundação; impermeabilização dos terrenos por construções; represamento das águas por galerias, pontes e obras
construídas sem critérios técnicos adequados, etc. É um fenômeno de risco geológico urbano que causa maior prejuízo material nas cidades.

encurtamento - fenômeno de diminuição de um determinado comprimento horizontal como resultado da aplicação de esforços compressionais (1). I: Shortening.

endógeno - termo aplicado à rocha magmática, intrusiva ou efusiva, originada no interior da Terra. Também a processos com sede no interior da Terra.

energia deposicional - Energia cinética devido a ondas e correntes, presente no ambiente de deposição dos sedimentos. A alta energia possibilita a eliminação de frações pelíticas, que irão depositar-se em ambientes de baixa energia, favorecendo simultaneamente a produção de boa seleção granulométrica na fração arenosa.

energia de maré - Em regiões costeiras de profundidades inferiores a 100m, grande parte da energia de maré é dissipada por atrito, e desta maneira, a energia de maré é máxima em mar aberto. Esta energia pode ser utilizada na produção de energia elétrica através das usinas elétricas de maré. Entre alguns locais adequados para estas finalidades, por exibirem amplitudes de maré excepcionalmente altas, tem-se a Baía de Fundy (Canadá) e Babo Três Puntas (Argentina). Amplitude de maré de no mínimo 9 a 10 m são consideradas necessárias para se pensar no aproveitamento da energia de maré, que pode vir a transformar-se em importante fonte alternativa de energia elétrica, mormente nos países onde outras formas de energia são escassas. Na Baía de Fundy, a amplitude de maré chega a mais de 15m. Atualmente, Canadá e França já operam este tipo de usinas elétricas.

energia de onda - É expressa pela capacidade de trabalho da onda. A energia de um sistema de ondas é teoricamente proporcional ao quadrado da altura da onda, que é um parâmetro de obtenção relativamente fácil. Deste modo, uma costa de alta energia de onda caracteriza-se por alturas de arrebentação superiores a 50 cm e uma costa de baixa energia apresenta alturas inferiores a 10 cm. A maior parte da energia de onda de uma região costeira é consumida no atrito com o fundo e na movimentação da areia.

energia potencial - Em uma onda oscilatória progressiva, corresponde à energia resultante da elevação ou depressão da superfície aquosa acima do nível sem perturbação.

engenharia costeira - Ramo da engenharia civil dedicado às obras de construção de portos, quebra-mares, aterros costeiros, etc. Embora as atividades de alguma forma de engenharia costeira remontem a épocas muito antigas, o termo foi utilizado pela primeira vez somente em 1950 (Johnson, 1951). Esta atividade relaciona-se à aplicação prática dos diversos conhecimentos científicos adquiridos em águas costeiras em benefício da humanidade. A maior parte das estruturas de engenharia costeira está relacionada à proteção da zona costeira contra os processos de erosão e sedimentação acelerados. Desta maneira, tem-se os muros marinhos, revestimentos, espigões, etc. Além de proteção da zona costeira, tem-se diversos problemas ligados à estabilização da linha praial, estabilização de braço de maré e proteção de porto.

enrocamento - Massas de grandes blocos de rochas colocadas na água para formar a base de um atracadouro.

enseada - Setor côncavo do litoral, delineando uma baía muito aberta, em forma de meia-lua. A enseada desenvolve-se freqüentemente entre dois promontórios e penetra muito pouco na costa. Pode-se denominá-la também de baía aberta.

envelope de Mohr - vide Círculo de Mohr Epirogênese - diastrofismo de caráter vertical que produz feições amplas, afetando grandes porções dos continentes e oceanos (1). I: Epeirogeny.

epicentro - Ponto sobre a superfície terrestre diretamente acima do foco de um terremoto.

epicontinental - Situado sobre um platô ou plataforma continental como o mar epicontinental.

epilímnio - Porção de um corpo aquoso lacustre saturada de oxigênio, bem iluminada e com temperatura essencialmente uniforme, representada pela camada de água lacustre situada acima da termoclima. Nesta camada, de espessura variável entre 5 a 15 m segundo as condições circunjacentes do lago, processa-se intensa produtividade primária. Termo oceanográfico equivalente é camada mista.

epirogênico - Relativa à movimentação vertical lenta devida ao arqueamento das massas continentais, as quais sobem (movimento positivo) ou descem (movimento negativo) em relação ao nível médio do mar, supostamente fixo. Veja também tipos de tectônica.

epigenético - processo geológico originado na superfície ou próximo da superfície da Terra. Depósito mineral formado posteriormente à rocha encaixante.

epirogênese - movimentos de soerguimento e subsidência em grande escala, geralmente verticais e lentos, variáveis no tempo, afetando grandes partes ou a totalidade de áreas continentais ou de bacias oceânicas.

episódico, evento - diz-se do caráter pontuado de ocorrência dos eventos de natureza sedimentar e/ou tectônica, responsáveis, segundo alguns autores, pela maior parte do registro geológico. Genericamente, refere-se a eventos raros de magnitude anormalmente alta ou baixa (1). I: Episodic Event.

epitermal - depósito ligado à erupção magmática e formado por águas quentes que ascendem a pequena profundidade, sob condições de temperatura e pressão moderadas. Ex: depósitos de ouro, prata, etc..

equador magnético - Veja linha aclínica.

erosão - desgaste do solo ocasionado por diversos fatores, tais como: água corrente, geleiras, ventos, ondas e vagas. No sentido lato é o efeito combinado de todos os processos degradacionais terrestres, incluindo intemperismo, transporte, ação mecânica e química da água corrente, vento, gelo, etc; Distinguem-se conforme o caso em: erosão eólica, erosão fluvial, erosão glacial, erosão marinha, etc.

erosão, agentes - conjunto de fatores físicos, químicos ou biológicos, naturais, responsáveis pelo modelado do relevo terrestre, na maioria diretamente ligados ao clima (chuvas, rios, água subterrânea, correntes marinhas, ondas, geleiras, ventos). Pode ser acelerada artificialmente pelo homem, por desmatamentos, cortes de estradas ou outras modificações no manto de intemperismo em geral.

erosão costeira - A erosão costeira é um processo, em geral natural, que pode atuar tanto em costa rasa (com praias) como escarpada (com falésias). Desta maneira a erosão praial e erosão de falésia correspondem a casos particulares de erosão costeira.

erosão diferencial - Remoção seletiva de materiais rochosos, por exemplo de zonas costeiras por atuação de ondas, de acordo com maior ou menor susceptibilidade dos materiais aos agentes naturais. Em alguns trechos da costa brasileira, onde as estruturas de rochas pré-cambrianas são transversais à praia, este fenômeno pode favorecer o afeiçoamento irregular da linha costeira.

erosão eólica - processo que consiste na desagregação e remoção de fragmentos e partículas de solo e rocha pela ação combinada do vento e da gravidade.

erosão interna - movimento de partículas de uma massa de solo carreadas por percolação d’água, sendo que o fenômeno é iniciado sob condições de gradiente hidráulico crítico e provoca a abertura progressiva de canais dentro da massa de solo em sentido contrário ao do fluxo d’água. O mesmo que entubamento. Sin.: erosão regressiva, entubamento, “piping”.

erosão laminar - ação do escoamento superficial de águas pluviais ou servidas, na forma de filetes de água, que lavam a superfície do terreno como um todo, com força suficiente para arrastar as partículas desagregadas do solo. Ocorre principalmente em vertentes pouco inclinadas com solo desprotegido da vegetação (“terras desnudas”).

erosão pela água - processo que consiste na desagregação e remoção de solo, fragmentos e partículas de rochas, pela ação combinada da gravidade e da água precipitada e de escoamento. Manifesta-se na forma de erosão laminar, sulcos, ravinas, boçorocas, “piping”
(erosão interna).

erosão regressiva - mesmo que erosão interna

erosão subterrânea - ação erosiva da água subterrânea através de processos físicos e químicos. Os efeitos maiores ocorrem pela dissolução de rochas calcárias ou com cimento solúvel. Sua ação origina a formação de cavernas, grutas, dolinas, etc.

erupção - ascensão de material magmático muitas vezes sucedida de derramamento. Atingindo a superfície terrestre, denomina-se erupção supercrustal ou extrusão. Ficando o magma aprisionado na crosta, chama-se erupção intracrustal ou intrusão (2).
Ejeção de matéria vulcânica (lavas, piroclastos e gases vulcânicos) para a superfície, seja de uma abertura central, de uma fissura ou de um grupo de fissuras. I: Eruption.

erupção efusiva - erupção vulcânica com derramamento de lava.

erupção explosiva - erupção vulcânica expelindo fragmentos para o ar chegando a centenas de quilômetros de distância.

erupção freática - erupção ou explosão vulcânica de vapor, lama ou outra matéria não incandescente; esta forma de erupção é causada pelo aquecimento e expansão consequente de água do solo devida à fonte de calor ígneo adjacente.

escala granulométrica - Escala para classificação de sedimentos clásticos (ou detríticos). Entre as várias escalas propostas para estudos sedimentológicos, no Brasil utiliza-se principalmente a de Wentworth (1922). Os principais limites de classes desta escala são matacão (> 256 mm), calhau (256-64 mm), seixo (64-4 mm), grânulo (4-2 mm), areia (2-0,062 mm), silte (0,062 - 0,004 mm) e argila (<>

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